Excursões Científicas e Culturais (trabalhos de campo e visitas técnicas em afloramentos geológicos e sítios paleontológicos) oferecidas como atividades pré e pós-congresso (dias 19 e 20 e dias 26 e 27 de outubro)
Em todas as opções os pontos de saída e retorno das excursões será o campus Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlândia e todas as excursões partirão às 7h30.
Para fazer sua inscrição, CLIQUE AQUI e acesse a página de inscrições especiais.
1. Uberaba, Terra dos Dinossauros
Geologia: Formação Serra Geral (basaltos e arenitos intratrapianos), Formação Uberaba e membros Ponte Alta e Serra da Galga da Formação Marília.
Paleontologia: vertebrados e icnofósseis. Saiba mais aqui.
Local: Uberaba.
Duração: Dois dias.
Datas: 19 e 20 de outubro.
Saída: Dia 19/10 às 7h00 no ponto de ônibus situado à frente da entrada do campus Santa Mônica, na Avenida João Naves de Ávila, 2121 (ver aqui).
Chegada: Dia 20/10 às 20h00 no mesmo local de saída.
Itinerário: Uberlândia-Uberaba-Uberlândia
Custo:
Pacote 1: R$ 70,00. Inclui: até 14 vagas (10 camas e 4 colchões) no CCCP/UFTM + café da manhã na Pousada Lago dos Dinossauros + almoço no restaurante Estação Peirópolis (self-service à vontade com sobremesa. Bebidas à parte) + lanche de campo e água.
Pacote 2: R$ 120,00. Inclui hospedagem em quarto na Pousada Lago dos Dinossauro + café da manhã na Pousada Lago dos Dinossauros + almoço no restaurante Estação Peirópolis (self-service à vontade com sobremesa. Bebidas à parte) + lanche de campo e água.
ATENÇÃO: deverá manifestar sua opçao de pacote de hospedagem enviando e-mail a [email protected] .
Destaques: A região do Triângulo Mineiro apresenta uma das mais ricas e diversas biotas do Cretáceo continental brasileiro. Iniciaremos esta excursão visitando o Museu dos Dinossauros, no Complexo Cultural e Científico de Peirópolis (CCCP), da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), onde os participantes conhecerão um pouco sobre os fósseis de Uberaba e de outras localidades do Triângulo Mineiro. Um local muito interessante localizado no bairro rural de Ponte Alta, em Uberaba, é o Cachoeirão da Ponte Alta, uma queda d'água em um paredão de basaltos da Formação Serra Geral e intratraps de arenito eólico, um registro da abertura do Oceano Atlântico Sul. O Sítio Paleontológico de Peirópolis, reconhecido internacionalmente pelo seu conteúdo fossilífero, está a poucos quilômetros do CCCP/UFTM. Esta antiga caieira abandonada, ainda hoje é um dos principais sítios de coleta de fósseis na região. Outro interessante sítio está localizado no km 153 da BR-050, de onde foram coletados os fósseis de Uberabatitan ribeiroi, um dos maiores dinossauros brasileiros. Uma peculiaridade de Uberaba é o fato de a cidade estar sobre rochas da Formação Uberaba, uma unidade que tem revelado um incrível registro de fósseis de vertebrados. Encontra-se no contexto do Cretáceo uberabense uma grande concentração de fósseis de vertebrados como dinossauros, crocodiliformes, tartarugas, peixes, moluscos, ostracodes e vegetais do Cretáceo Superior.
Roteiro de campo: acesse aqui.
Número mínimo de participantes requerido : 8.
Organizador : Dr. Thiago Marinho (UFTM).
Formação Marília, Membro Serra da Galga. Afloramento Caieira ou "Ponto 1 de Price", Peirópolis, Uberaba (esquerda) e afloramento Km 153 da BR-050. Uberaba (direita).
3. A Bacia do Paraná no Triângulo Mineiro
Excursão cancelada por falta de inscritos.
Geologia: Formações Botucatu e Serra Geral.
Paleontologia: troncos permineralizados da Formação Botucatu.
Local: Arredores do campus Uberlândia do IFTM.
Duração: Um dia.
Data: 26 de outubro.
Custo: R$ 80,00. Inclui: Almoço no restaurante Recanto das Águas (self-service à vontade com sobremesa. Bebidas à parte) + passeio de barco na represa Capim Branco.
Destaques: Na década de 1960, os proprietários da enorme propriedade então denominada Fazenda Sobradinho removeram uma grande quantidade de madeira fóssil silicificada e trataram-nas como rochas comuns, encaminhando uma marmoraria local. Aquela fazenda, localizada na zona rural de Uberlândia, é atualmente particionada em várias propriedades, incluindo área cedida para o campus Uberlândia do Instituto Federal do Triângulo Mineiro, e situa-se nas margens da represa Capim Branco, instalada no Rio Araguari. Os troncos foram resgatados aos serem reconhecidos como fósseis pelo prof. Luiz Nishiyama (Instituto de Geografia/UFU), que providenciou a remoção dos espécimes para o antigo Departamento de Geografia e que amostras fossem enviadas para várias instituições nacionais. Em 1972 os geólogos Kenitiro Suguio e Armando Márcio Coimbra Coimbra visitaram o local e reconheceram a proveniência dos troncos como sendo da Formação Botucatu, um depósito que representa o último ciclo de sedimentação generalizada da Bacia do Paraná, acumulando areias eólicas em um vasto deserto eocretáceo sobreposto pelo basaltos da Formação Serra Geral (Província Ígnea Continental Paraná-Etendeka), e também representado por camas intertrapeanas. O limite norte da Formação Botucatu aflora no Triângulo Mineiro, e ali assume fácies de arenito médio a grosso com estratificações cruzadas que atestam a presença de torrentes sazonais (wadis). Em 1974 a paleobotânica Diana Mussa recebe espécime dos troncos permineralizados da Fazenda Sobradinho. Através de estudos detalhados Diana Mussa correlaciona os materiais da Formação Botucatu à estrutura das atuais Pinaceae por suas afinidades morfológicas, introduzindo-os então no grupo Protopinaceae. Após análises detalhadas, encontra certas afinidades com os gêneros Pinuxylon e Protopinuxylon, mas as pequenas divergências entre estes táxons e o material uberlandense a levam a descrever o novo gênero Palaeopinuxylon contendo a espécie Paleopinuxylon josuei Mussa 1974, a terceira espécie descrita em sua carreira até então, e com a qual homenageia seu amigo e colega paleontólogo Josué Camargo Mendes (1918-1991). Paleopinuxylon josuei é o primeiro, e até hoje único, fóssil uberlandense, e é encontrado também no município vizinho de Araguari, cujo poder público protege este patrimônio através da categorização de suas áreas de ocorrência como Áreas Bloqueadas para Mineração pela Lei Complementar nº 59/09.
Número mínimo de participantes requerido: 8.
Organizadores: Bióloga Especialista Ana Clara Santos Riff (IFTM), Doutora Etiene Fabbrin Pires (UFT) e Doutor Heitor Sayeg (UFU).
Formação Serra Geral cortada pela Ferrovia Centro-Atlântica. Cercanias do IFTM, campus Uberlândia
4. Riquezas Espeleológicas do Alto Paranaíba e Estromatólitos Associados
Geologia: Grupo Vazante.
Paleontologia: Estromatólitos.
Local: Gruta do Ronan e arredores, Coromandel.
Duração: Um dia.
Data: 26 de outubro.
Saída: Dia 26/10 às 8h00 no ponto de ônibus situado à frente da entrada do campus Santa Mônica, na Avenida João Naves de Ávila, 2121 (ver aqui).
Chegada: Dia 26/10 às 20h00 no mesmo local de saída.
Itinerário: Uberlândia-Coromandel-Uberlândia.
Custo: R$ 70,00. Inclui almoço + água e lanche de campo.
Destaques: No município de Coromandel-MG, o Grupo Alto Paranaíba de Espeleologia (GAPE) vem trabalhando na Gruta do Ronan I, cujo mapeamento ainda não está disponível na literatura. A área está inserida no Grupo Vazante, unidade associada à Faixa de Dobramentos Brasília, cuja história geotectônica remonta eventos de aglutinação crustal durante o Ciclo Brasiliano entre o Meso a Neoproterozoico, e que culminaram na formação do Supercontinente Gondwana, já no final do Ediacarano. Do ponto de vista espeleológico, as rochas carbonáticas do Grupo Vazante constituem um complexo sistema cárstico caracterizado por diversas feições representantes do endocarste (cavernas, grutas) e do exocarste (dolinas, sumidouros e nascentes cársticas). O ponto 1 da excursão incluirá visita na caverna para observaçõs de feições espeleológicas importantes e ocorrências de fósseis de estromatólitos colunares, possivelmente associados ao Grupo Vazante, que ocorrem em diversos pontos da gruta. O ponto 2 será realizado nas proximidades, em uma frente de lavra inativada, onde afloram pacotes de biohermas estromatolíticas que atingem 60m de espessura, possivelmente associadas aos níveis de ocorrência no interior da gruta. Devido à complexidade estrutural das unidades que compõem a Faixa Brasília, as ocorrências na gruta podem revelar informações adicionais sobre a correlação entre os níveis estromatolíticos, bem como a distribuição das biohermas e seu possível significado cronoestratigráfico em escala regional. Esta expedição representa o que há de mais novo nos estudos paleobiológicos do Pré-Cambriano da região.
Equipamentos e vestimentas: Roupa adequada para campo (e uma muda de roupa adicional), botas de campo, chapéu, protetor solar, luvas de proteção, lanterna de cabeça ou de
mão. Serão fornecidos capacetes de proteção.
Número mínimo de participantes requerido: 8.
Organizadora: Dra. Fernanda Quaglio (UNIFESP). Confira o roteiro de campo aqui!
5. O Grupo Bauru no Oeste do Triângulo Mineiro
Geologia: Formação Adamantina e Membro Echaporã da Formação Marília.
Paleontologia: Vertebrados e icnofósseis.
Local: Prata, Campina Verde e Gurinhatã.
Duração: Dois dias.
Data: 26 e 27 de outubro.
Saída: Dia 26/10 às 7h00 no ponto de ônibus situado à frente da entrada do campus Santa Mônica, na Avenida João Naves de Ávila, 2121 (ver aqui).
Chegada: Dia 27/10 às 20h00 no mesmo local de saída.
Itinerário: Uberlândia-Prata-Campina Verde-Gurinhatã-Uberlândia
Custo: R$ 80,00. Inclui: jantar + hospedagem + café da manhã em Gurinhatã (no Hotel Serve Bem) + água e lanche de campo.
Destaques: A geodiversidade do Triângulo Mineiro fornece algumas das localidades mais ricamente fossilíferas do Brasil. Embora algumas localidades tenham sido exploradas e estudadas há muito tempo e tenham fornecido um extenso registro fóssil (por exemplo, nas cidades de Uberaba e Araxá), muitas outras localidades geologica e tafonomicamente equivalentes nunca foram alvo de programas sistemáticos de prospecções paleontológicas. Digno de nota pelo enorme potencial para novas descobertas são os densos afloramentos santonianos a maastrichtianos do Grupo Bauru espalhandos pelo oeste do Triângulo Mineiro, onde foram encontrados recentemente novos dinossauros, crocodiliformes baurussuquídeos, icnofósseis e cones de ginmospermas. Além disso, registros de proboscídeos pleistocênicos e de bivalves permianos também no oeste do Triângulo Mineiro completam uma visão geral do patrimônio paleontológico regional.
Número mínimo de participantes requerido: 10.
Organizadores: Dr. Douglas Santos Riff (UFU), Dr. Octávio Mateus (U. Nova de Lisboa e Museu da Lourinhã) e Dr. Bernardo Gonzáles Riga (U. de Mendoza).
Formação Adamantina (Santoniano-Campaniano) em Prata (esquerda) e Gurinhatã (direita).
Membro Echaporã da Formação Maríia (Maastrichtiano) em Campina Verde.
6. Do Proterozóico ao Quaternário de Sacramento e Araxá
Excursão cancelada por baixa demanda.
Geologia: Grupo Canastra, Grupo Araxá, Grupo Ibiá, Formação Botucatu.
Paleontologia: Megafauna quaternária do Barreiro. Saiba mais aqui.
Local: Sacramento e Araxá.
Duração: Dois dias.
Data: 26 e 27 de outubro.
Saída: Dia 26/10 às 7h00 no ponto de ônibus situado à frente da entrada do campus Santa Mônica, na Avenida João Naves de Ávila, 2121 (ver aqui).
Chegada: Dia 27/10 às 22h00 no mesmo local de saída.
Itinerário: Uberlândia-Sacramento-Araxá-Uberlândia.
Custo: R$ 160,00 R$ 120,00. Inclui: Hospedagem e almoço em Araxá (acomodações a definir; almoço no Tauá Grande Hotel Termas de Araxá com custeio individual para os interessados).
Destaques: Destaca-se nesta visita uma das mais interessantes histórias da Paleontologia nacional. Durante a construção do castelo que abriga o Grande Hotel de Araxá foram descobertos numerosos vertebrados representantes da megafauna pleistocénica da América do Sul (60 a 55.000 anos). O local formava um barreiro com águas sulfurosas e radioativas que deram o motivo para um enorme e opulento hotel e termas associadas construídos de 1938 a 1944, que inicialmente estava previsto para albergar um cassino antes do jogo ser restrito no Brasil. Na construção da Fonte Andrade Júnior, um dos atrativos do local, foram revelados cavalos Equus neogaeus, preguiça gigante Eremotherium laurillardi, macrauquenídeo Xenorhinotherium bahiense e a maior associação de mastodontes do mundo, com cerca de 80 indivíduos da espécie Notiomastodon platensis, desde juvenis a adultos senis, resgatados por Llwellyn Ivor Price e Ruben da Silva Santos e mais tarde estudados por George Gaylord Simpson e Carlos de Paula Couto (1957). Por essa razão, este luxuoso complexo turístico tem breves alusões à paleontologia de vertebrados. No exterior, em frente à Fonte Andrade Júnior, a calçada de estilo português mostra um cavalo, um Xenorhinotherium, uma preguiça e mastodonte. Um expositor apresenta réplicas dos ossos destes animais num recinto com paisagismo de Roberto Burle Marx, forrado a azulejos onde figuram vértebras e costelas. No interior um fabuloso conjunto de vitrais composto de nove painéis de vários metros que contam a história do local. Começa com uma cena pleistocênica com dois Xenorhinotherium, um Toxodon, e três Glyptodon, rodeados de vegetação do Cerrado. O vitral é assinado pelo artista belga Frank Urban. Este é, porventura, um dos poucos e mais impressionantes vitrais paleontológicos mundiais. Veja mais no Blog Lusodinos e saiba mais sobre a megafauna de Araxá aqui.
Número mínimo de participantes requerido: 10.
Organizadoras: Bióloga Especialista Ana Clara Santos Riff (IFTM) e Dra. Dimila Mothé (UNIRIO).
Dois dos oito vitrais com vários metros cada, formando a enome cúpula situada a 17 m de altura sobre o lobby das Termas do Grande Hotel de Araxá (ver mais aqui), um deles mostrando cena pleistocência e outro mostrando um ritual dos índios Araxás; e Fonte Andrade Júnior, com calçamento em pedras portuguesas com representação de mamíferos da megafauna, e vitrines ao fundo com exibição de réplicas dos fósseis coletados na construção do Grande Hotel de Araxá.
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